terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

"Tamo aê muleke"


    Uma das mais antigas civilações humanas parece que está começando a sair da tumba, tentando se livrar das tiranas amarras que os prendiam durante anos. Os egípcios, povo que luta pela queda do atual governo, cansaram do atual presidente que está no poder há 30 anos e que já planejava colocar seu filho como seu sucessor a presidência. As manifestações contra Mubarak (atual presidente egípcio) são inspiradas nas que derrubaram do poder o déspota  da vizinha Tunísia, o qual estava no poder há 23 anos.
    A população egípcia, em sua maioria, é composta por jovens estudantes que não têm perspectiva futura nenhuma, pois os índices de desempregos e criminalidade são uma crescente naquele país, por isso é comum encontrar Jovens universitários revolucionários insatisfeitos com as mazelas de sua nação comandando toda essa revolta. Pois é, isso prova mais uma vez que estudantes têm sim parafusos a menos, mas é graças a essa carência de parafusos que hoje, por exemplo, as mulheres votam, que vivemos em “plena” democracia que Collor saiu do poder, enfim não brinquem conosco. Ah estudantes, sempre na vanguarda das manifestações. Lembro que quando cursava o ensino fundamental em uma escola pública da minha cidade, era sagrado todo ano ter no mínimo uma greve. Naquela época ano letivo sem greve era como Romeu sem Julieta. Com toda sinceridade, eu achava o máximo, passava meses em casa sem fazer nada ligado no noticiário para ver quando íamos retornar às aulas, mas hoje eu sei o quanto as paralisações são prejudiciais aos alunos. Mas antes de qualquer greve, os professores obrigavam convocavam todos os alunos a irem às ruas juntos com eles para reivindicar por aumento de salário. Conheci professores que chegavam a dar pontos aos alunos que fossem para as passeatas. Os alunos se pintavam, desfilavam horas e horas pela cidade  com apitos na boca e faixas nas mãos, para muitos eram uma folia (faziam de tudo para nãos assistir aula). Não era nenhuma “diretas-já”, mas conseguíamos chamar a atenção de todos. Eu só fui uma vez, pra mais nunca. Quando fui, eu e outros colegas de sala saímos na capa do jornal como o seguinte título: ESTUDANTES DA ESCOLA AURINO MACIEL PROTESTAM A FAVOR DO AUMENTO DE SÁLARIOS DOS PROFESSORES. Até hoje não entendo essa reportagem, na minha opinião, deveria ser assim: PROFESSORES COM VERGONHA DE APARECER NOS JORNAIS COLOCAM SEUS QUERIDOS ALUNOS PARA REIVINDICAR A FAVOR DO AUMENTO DOS PRÓPIOS SÁLARIOS.
     Portanto, pode ser por uma democracia, ou por aumentos de salários, com armas ou com apitos, pacífica ou não, os estudantes estarão lá em qualquer manifestação. Só não contem comigo, estarei aqui torcendo por vocês.

Um comentário:

  1. Seu filho de uma mãe, crie vergonha na cara e ao invés de assistir vá manifestar também, senão serão dois a menos na passeata, deixe esse negócio de assistir e torcer pra mim que sou mulher, pega menos mal.

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